Apesar
de ter cantores muito melhores do que em sua primeira temporada, a segunda
edição do The Voice Brasil tem deixado a desejar, principalmente com as
apresentações ao vivo e ao excesso de músicas estrangeiras.
Depois
de audições e batalhas excelentes, o mínimo que se esperava do tira-teima é que
as apresentações fossem muito boas, mas não foi isso que aconteceu.
Primeiramente, eliminar duas pessoas de um trio não é legal e abortar o peguei
depois de anunciar que teria nessa fase é péssimo, principalmente porque a
Cláudia Leitte usou o peguei dela e ficou com a Rully Anne, tendo assim 4
participantes em seu time. E agora, vão eliminar duas pessoas na fase ao vivo
pra fazê-la chegar com apenas um representante na final enquanto todos os
outros técnicos vão eliminar uma pessoa só?
Isso
ficou muito esquisito e foi uma falta de respeito com público, técnicos e
participantes, porque se queriam deixar menos pessoas no programa,
selecionassem menos de 12 para cada time ou não inventassem peguei para o
tira-teima então.
Além
das apresentações abaixo do esperado no primeiro programa ao vivo, o áudio
parecia bastante prejudicado e as escolhas dos técnicos e do público também não
foram das melhores. Entre as piores apresentações da noite de estreia do tira-teima estavam pessoas que
eram apontadas como favoritas, como Júlia Tazzi, que eu gosto desde Lady
Marmelade, mas que ultrapassou todos os limites de gritos, falta de afinação e
de bom senso na interpretação de Puro Êxtase. Apesar de ser uma ótima
participante, infelizmente mereceu ser eliminada, embora a apresentação de Sam
Alves também não tenha sido boa. Famoso desde o primeiro dia por conta de sua
eliminação no The Voice dos EUA, ele é apontado como um dos favoritos a vencer
o programa mesmo sem ter uma voz tão boa assim, principalmente para cantar em
português. Depois de uma música de Bruno Mars nas audições e uma de Cristina
Perri nas batalhas, que foi a única interpretação dele que eu gostei, Sam
mostrou que não sabe cantar em português e que não tem sensibilidade (e talvez
nem talento suficiente) para interpretar música do Legião Urbana, transformando
a belíssima e dolorosa Pais e Filhos em uma canção fria, sem demonstrar
qualquer tipo de emoção e que não dava nem para ser ouvida de maneira descente,
mas não sei se isso se deve ao áudio ou se o problema era o intérprete. Espero
sinceramente que Sam Alves não vença o programa, embora acredite que ele será
um dos finalistas.
Apesar
de ser uma boa cantora, Bruna Góes também não fez uma apresentação legal.
Entretanto, acho que ela não deveria ter sido eliminada pelo público, uma vez
que as apresentações de Júlia e Sam foram bem piores do que a dela. Embora
gostasse da Bruna desde Proudy Mary, acredito que faltou ela interpretar uma
música em português para que pudéssemos ver a interpretação dela no nosso
idioma e também porque não dá pra vencer o The Voice Brasil cantando música
internacional o tempo inteiro (Vale lembrar que a campeã do ano passado, Ellen
Oléria, nunca cantou uma música estrangeira no programa e venceu mesmo assim).
Do
segundo trio de Cláudia Leitte, o grande destaque com certeza foi Khrystal, que
fez a melhor apresentação da noite (e se bobiar, desta fase também). Ao “levar
a peixeira para o palco” e interpretar uma canção de Seu Jorge, ela se mostrou
uma boa surpresa, pois apesar de ter uma boa voz e ter feito boas apresentações
nas fases anteriores, foi ofuscada por Lucy na fase das batalhas. Espero que
ela mantenha o mesmo êxito da apresentação de A carne na próxima fase e consiga
eliminar Sam. Embora as apresentações de Guto Santanna e Maylssonn, que faziam
parte do trio de Khrystal, não tenham sido ruins, não havia a menor chance de
um deles vencê-la.
Do
terceiro trio de Claudinha, o grande destaque foi Gabby Moura, que fez uma
excelente batalha interpretando Resposta ao Tempo com Amanda Amado. Além de eu
não gostar de Julie e Débora Cidrack, a interpretação de Gabby Moura para
Pescador de Ilusões foi muito boa. Espero que seja ela que vai disputar a vaga
do time de Cláudia para a final com Khrystal
Quanto
o primeiro trio de Brown, confesso que fiquei bastante dividida, pois gostei
das três apresentações. Embora goste de Rodrigo Castellani desde que ele era do
time de Lulu Santos e acredite que ele possa competir com Lucy e Marcos de
igual para igual na fase ao vivo, as interpretações de Nenê Oliveira para
Mutante e Raiza Rae para O vento também foram muito bonitas.
A
dúvida sobre quem escolher parece permanecer em todas as apresentações do time
Brown, embora o segundo trio tenha Lucy como concorrente e grande destaque. A
interpretação de Angel e Ângelo para a música que fez sucesso na voz de Daniel
foi muito digna e foi uma pena vê-los eliminados, mas realmente não havia como
vencer Lucy. A apresentação de Heverton Castro também foi interessante, mas
nada tão espetacular a ponto de ser classificado.
Embora
seja a melhor participante do time de Brown, acho que chegou a hora de Lucy
Alves se apresentar sem a sanfona para mostrar apenas sua voz, pois mesmo que a
interpretação dela seja perfeita com a companhia da sanfona, fato esse que
ficou evidente na audição e na fase das batalhas, ela precisa provar ao público
que está ali por conta da interpretação e não por ser uma ótima instrumentista.
Além disso, a apresentação dela essa semana ficou muito abaixo do que eu estava
esperando, pois depois de Qui nem jiló
e Gostoso Demais / Isso aqui tá bom demais, o mínimo que eu
esperava era uma apresentação muito acima da média. Apesar desses detalhes,
Lucy continua sendo a minha preferida do time Brown para disputar a final e,
dependendo de quem Cláudia e Lulu escolherem como finalistas de seus times,
Lucy será minha escolha para vencer o programa.
O
terceiro trio de Brown também foi difícil de escolher um preferido, pois gostei
até da apresentação de Bruna Barreto. Apesar de terem sido três boas
apresentações, a opção de Brown por Marcos não só era óbvia como também era a
mais justa, uma vez que o cidadão canta demais e traz o samba estampado no
rosto. Embora Rodrigo Castellani seja ótimo, acredito que a disputa para a
final seja mesmo entre Marcos e Lucy, que além de deixarem a brasilidade exposta
do jeito que Carlinhos Brown gosta, são fortes concorrentes desde o início do
programa.
Se
no time de Brown sobram opções, o time de Lulu já teve dias melhores. Com
escolhas como Luciana Balby, Carina Menitto, Rully Anne, Nando Motta e Pedro
Lima, a verdade é que o time de Lulu na primeira temporada era bem melhor que esse. Na
fase do tira-teima, o que ficou claro é que o time de Lulu perdeu a força,
principalmente por ter aberto mão de Júlia na fase anterior. Dos três trios, o
grupo que teve Dom Paulinho foi o único realmente bom. Composto por Luana
Camarah, Luciana e Rully Anne, o primeiro trio de Lulu só reforçou o que eu já
sabia: que não gosto de nenhuma das três. Entretanto, se eu fosse a técnica do
time, escolheria a Rully Anne por considerar que foi a melhor entre as
três.
Apesar
de ter três cantores razoáveis, o segundo trio de Lulu também não empolgou.
Interpretando I’ll be there, Pedro Lima acabou se classificando, embora não
tenha uma voz poderosa. Entretanto, a apresentação dele realmente foi a melhor
das três, uma vez que Carina foi mais uma vez fria e, embora Nando Motta tenha
escolhido uma música boa como Dois Rios, a interpretação não ficou tão boa
assim para que ele fosse escolhido pelo técnico.
Diferentemente
dos anteriores, o terceiro trio de Lulu foi o mais interessante e o mais forte.
Uma pena ele ter colocado três cantores tão bons no mesmo trio, sendo que ele
já sabia que dois seriam eliminados. Amanda Amado mostrou que tem talento ao
interpretar Resposta ao Tempo com Gabby Moura de forma tocante e sem tentar
imitar a Nana Caymmi. Sinto muito por ela ter sido eliminada, é realmente uma
ótima cantora.
Assim
como Amanda, a dupla Ângelo e Angel também tem bastante talento e fez uma boa
interpretação de Apenas mais uma de amor na fase das batalhas. Entretanto, a
vitória de Dom Paulinho no tira-teima já era praticamente óbvia depois das duas
apresentações que ele já tinha feito. Apesar da certeza de que ele venceria,
Dom Paulinho Lima surpreendeu mais uma vez ao cantar Georgia on my mind, grande
clássico na voz de Ray Charles, em uma apresentação transmitida ao vivo. Se
antes disso eu já apostava nele como um dos favoritos a vencer o The Voice,
agora eu já tenho praticamente certeza que ele será o finalista do time de
Lulu.
E
por último, mas não menos importante, o time de Daniel. Do primeiro time, a
vitória de Cecília Militão era praticamente óbvia. Apesar de não ter gostado
dela nas audições, confesso que me surpreendi com a interpretação dela para
Minha Alma, ficou ótima.
Quanto
aos outros trios de Daniel, o que ficou claro é que ele fez péssimas escolhas
ao colocar as meninas no mesmo trio e um trio só de rapazes, pois acabou
perdendo participantes bons como Gustavo e Anne Marie, sendo que a última fez boas
apresentações nas fases anteriores ao tira-teima. Dos dois trios, a apresentação
de Marcela foi uma das melhores, apesar de ela ter feito uma interpretação de
Amor de Índio que muita gente não gostou. Entretanto, pelo menos para mim ela
cantou de um jeito que lembrou a versão do Roupa Nova. Alessandra não merecia
ser eliminada, mas o rótulo de “parecida com Elis Regina” deve ter pesado
bastante. Até porque, por mais que Alessandra seja uma boa cantora, a verdade é que o
Brasil não precisa de outra Elis, uma vez que a discografia dela continua disponível
e a original sempre será melhor. Outro ponto que deve ter ajudado na eliminação
de Alessandra foi ela ter escolhido interpretar justamente uma canção que ficou
bem famosa na voz de Elis.
E,
por fim, quem eu escolheria se fosse montar um time: Bruna Góes, Anne Marie,
Marcela, Dom Paulinho, Khrystal, Gabby Moura, Lucy Alves, Aila Menezes, Marcos
Lessa, Rodrigo Castellani, Júlia Tazzi e Cecília Militão.
Comentários
Postar um comentário