Composta por
João Bosco e Aldir Blanc, esse lindo bolero foi o responsável por consolidar a
carreira da dupla, pois fez muito sucesso ao ser gravado por Elis Regina para o
LP Elis, de 1974.
A intérprete
chegou a dizer em uma entrevista que essa música lhe trazia lembranças da época
em que foi crooner de conjunto musical em Porto Alegre. De fato, não poderia
ser diferente, pois a letra de Dois pra lá, Dois pra cá narra a dança de um
casal, provavelmente em um baile como os muitos nos quais a pimentinha cantou.
Ao que parece, a
música, além de narrar uma dança, retrata também uma história de amor (a letra
é profunda demais para se tratar de apenas um flerte), uma vez que algumas das
reações do indivíduo descritas na letra, como, por exemplo, o coração acelerado
por estar dançando com uma certa pessoa, indicam que este ser (provavelmente um
homem) está apaixonado por sua parceira de dança, que usa um falso brilhante no
dedo.
Entretanto, ao
final da música não sabemos se o casal permaneceu junto ou não, pois a
impressão que dá é que o homem está se lembrando da noite em que dançou com a
amada enquanto está bêbado, chegando até mesmo a delirar que ela está lhe
dizendo que “são dois pra lá, dois pra cá”.
E agora, vamos
às curiosidades: Coincidentemente, o nome do LP que Elis Regina lançou depois
do Elis (1974) é justamente Falso Brilhante, mas ele nada tem a ver com essa
música. Entretanto, este foi de longe o maior sucesso de sua carreira, tanto
que o show ficou mais de 14 meses em cartaz no Teatro Bandeirantes.
Comentário:
A música é
realmente linda, tem uma melodia maravilhosa de ouvir, mas o que mais me
encanta em Dois pra lá, Dois pra cá é o trecho final, que além de ser bem típico
do bolero, ainda é cantado em um espanhol perfeito por Elis Regina: “Dejaste
abandonada la ilusiona, que había en mi corazón por ti.”
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