Após longo período de votação
pela internet, no dia 11 de julho o SBT estreou o programa O maior brasileiro
de todos os tempos, cujo objetivo dos primeiros programas é mostrar quais foram
os 100 mais votados e passar instruções da próxima fase da pesquisa, para o
qual passarão somente os 12 mais votados.
De acordo com o que têm sido
divulgado em alguns sites, os finalistas são esses: Pelé, Lula, Fernando Henrique Cardoso, Juscelino
Kubitschek, Getúlio Vargas, Ayrton Senna, Chico Xavier, Irmã Dulce, Princesa
Isabel, Santos Dumont, Tiradentes e Oscar Niemeyer. A escolha de alguns
desses 12 nomes chega a ser surpreendente, uma vez que, hoje em dia, é difícil ver
alguém que realmente sabe a importância de figuras históricas como Tiradentes,
Princesa Isabel e até mesmo Santos Dumont, pois parece que a história não tão recente
do Brasil não interessa para seu povo.
Entretanto,
praticamente metade da lista dos finalistas consiste de políticos, que sabemos
que boa parte da classe não é grande coisa, mas que mesmo assim recebe votos (e
olha que não foram poucos). Aliás, um político é a minha aposta para campeão dessa
pesquisa, o Lula. Apesar de eu ter um pouco de simpatia por ele, eu não acho
que ele tenha feito algo de tão importante assim para ser O maior brasileiro de
todos os tempos, assim como não acho que Pelé e Ayrton Sena mereçam também,
pois eles podem ter sido ótimos esportistas, mas também não fizeram nada de tão
extraordinário que mereça tal título. Caso eu venha a votar em um dos
finalistas, provavelmente optarei por Chico Xavier, Irmã Dulce ou Princesa
Isabel, pois esses sim tiveram ações dignas de um prêmio como esse.
Além
dos 12 finalistas, outro ponto me chamou a atenção: os indicados do ramo
musical. Nada contra Luan Santana, Ivete Sangalo, Michel Teló, Joelma e Cláudia
Leitte, mas é um absurdo que eles estejam nesta lista quando não fizeram nada
de importante e, no caso da Ivete Sangalo e do Luan Santana, ainda por cima em
boas posições. A inclusão deles nessa pesquisa com certeza partiu de fãs
desesperados, que não entenderam a proposta do programa ou então confundiram o
nome com “o maior sucesso da atualidade”. Enquanto isso, artistas do calibre de
Tom Jobim, Cazuza, Chacrinha e Chico Buarque, que realmente fizeram a diferença
na história do Brasil, se classificaram em posições ridículas. Quanto à Xuxa eu
prefiro não fazer maiores comentários, pois chega a me dar vergonha alheia só
de pensar que alguém tem coragem de votar num tipinho desse.
E
claro, como desgraça pouca não é bobagem, artistas que realmente fizeram coisas
memoráveis, como Rita Lee, Caetano Veloso, Vinícius de Moraes e Nara Leão nem
ao menos estão entre os 100 mais votados. Pelo jeito, no Brasil quem participa
de Rebeldes, adora um holofote ou canta Sertanejo Universitário tem mais valor
do que quem desafiou uma Ditadura com composições e interpretações inteligentes,
que realmente acrescentaram alguma coisa de importante na cultura do país.
Da
classe artística, acho que só quem realmente se deu bem na enquete foi Renato
Russo, Luiz Gonzaga e Roberto Carlos, apesar de os dois primeiros ficarem atrás
do Silas Malafaia e do Neymar e o Roberto Carlos não ter voz nenhuma e só ter
esse poder todo por ser o protegido da Globo. Além deles, Raul Seixas e Elis
Regina também tiveram boas posições, mas só de saber que foram menos votados do
que Ivete Sangalo, Luan Santana e algumas pessoinhas que nem ao menos deveriam
por a cara na televisão, eles provavelmente devem estar se revirando no túmulo
até agora.
Mas,
apesar da chacota que se transformou essa lista, a intenção do SBT foi boa e o
programa também é bom, mesmo não podendo votar no Silvio Santos. Para quem
quiser assistir O maior brasileiro de todos os tempos, ele vai ao ar toda
quarta, às 23h30, e as vezes é reprisado aos sábados, às 22h15.
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