Pular para o conteúdo principal

Crítica da Semana: Clara


Exibida durante o mês de dezembro no Canal Brasil, a série de 5 episódios relembrou a trajetória de uma das melhores cantoras do Brasil, que apesar de ter morrido com apenas 40 anos, deixou uma grande contribuição para a Música Popular Brasileira.
Entre os assuntos tratados nos episódios da série Clara estão a infância em Minas Gerais (até hoje tem gente que jura que ela era Baiana), o início da carreira, que começou a deslanchar de fato após o sucesso alcançado com a música Você passa eu acho graça, de Ataulfo Alves e Carlos Imperial, a consagração como cantora de Samba, o casamento com o compositor Paulo César Pinheiro (que infelizmente não deu depoimento para a série) e a morte prematura da cantora, em abril de 1983.
Além dos pontos importantes da vida de Clara, foram mostradas apresentações da cantora com músicas que são consideradas as mais famosas, como Morena de Angola (Chico Buarque), Conto de areia (Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento), O Canto das três raças (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), Nação (João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio) e Portela na Avenida (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), que representou o grande amor da cantora pela Portela, escola de samba que a recebeu de braços abertos mesmo sabendo que ela havia frequentado a Mangueira antes, chegando a se tornar madrinha da Velha Guarda da escola, juntamente com o também sambista e portelense de coração Paulinho da Viola.
Apesar de achar que a série foi muito bem sustentada pelos depoimentos daqueles que conviveram com ela, como Paulinho da Viola, Dindinha (a irmã que criou Clara após a morte dos pais das duas), Alcione, alguns membros da Portela e também Vagner Fernandes, o autor da biografia Clara – Guerreira da Utopia e outros entrevistados, acho que a ausência de Paulo César Pinheiro foi realmente uma pena, pois ele com certeza teria muito o que acrescentar ao conteúdo da série. Aliás, outro ponto negativo foi o fato de os episódios terem apenas cerca de 25 minutos, pois além de Clara Nunes ser um dos grandes nomes que completaria 70 anos em 2012, essa série também podia acrescentar mais conteúdo pelo fato de que em 2013 completam-se 30 anos da morte da cantora. Outro ponto importante que não foi muito tratado foi a própria morte de Clara, que deveria ter ganho mais destaque por mais doloroso que seja tocar no assunto, principalmente porque foi motivo de muita polêmica na época.
Mesmo não sendo tratados todos os aspectos da vida da biografada (até porque 5 episódios não seriam suficientes para isso) e apesar dos defeitos, a série Clara é ótima para mostrar quem foi a cantora e qual foi a importância dela na Música Popular Brasileira a quem está começando a conhecê-la melhor.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Música no Cinema: Torn

Composta por Phil Thornalley,   Scott Cutler   e   Anne Preven , a música foi lançada em 1995 pela banda Ednaswap, mas só se tornou um sucesso quando foi regravada por Natalie Imbruglia, que a incluiu em seu primeiro álbum   Left of the Middle,  lançado em 1997.     Em 1999, Torn, que já nesta época era mundialmente conhecida, fez parte da trilha sonora do filme dramático Uma Carta de Amor , baseado no livro As palavras que nunca te direi, de Nicholas Sparks.

Revivendo a Trilha: Every Breath You Take

Lançada em 1983 no álbum  Synchronicity , da banda The Police a música de Sting e Mike Oldfield começou a fazer sucesso   no Brasil no mesmo ano, quando fez parte da trilha sonora da novela Voltei pra você , sendo interpretada pela banda . Aliás, Every Breath You Take  já esteve presente em outras trilhas sonoras de novelas brasileiras, como a novela Desejos de Mulher e o seriado Malhação .

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Madalena Apesar de não ser uma das gravações mais “recentes” de Elis Regina, Madalena é uma das músicas mais famosas em sua voz que o público lembra com carinho até hoje por ter sido um marco não só em sua carreira como também na de seus compositores. A música, que ficou marcada como o primeiro sucesso de Ivan Lins, foi composta por ele em parceria com Ronaldo Monteiro de Souza, sendo gravada por Elis pela primeira vez em 1970, em um compacto duplo que fez de Madalena um sucesso nacional. Aliás, compacto do qual também fazia parte a música Vou Deitar e Rolar, que eu postei há dois dias aqui no blog (Para ver o post da música, clique aqui: http://vitrinempb.blogspot.com/2012/01/30-musicas-de-elis-regina-que-entraram_12.html ). No ano seguinte, a já consagrada música fez parte do LP Ela junto com outra composição da dupla Ivan e Ronaldo, chamada “Ih! meu deus do céu”. Os três álbuns de Elis Regina dos quais Madalena fez parte na década de 1970. Quatro anos depois, Madale...