Em abril desse ano, completa-se 30 anos da perda de uma das principais
cantoras de samba do Brasil, a mineira Clara Francisca Gonçalves pinheiro, mas
conhecida pelo grande público como Clara Nunes.
Considerada uma das principais vozes da Música Popular Brasileira,
Clara foi a primeira cantora a vender mais de 100 mil discos, o que era um tabu
na década de 1970, pois diziam que mulher não vendia disco. Curiosamente, hoje
em dia o Brasil é frequentemente apontado como um país de cantoras.
Apesar de ser reconhecida pelas músicas de samba que gravou (aliás, ela
era realmente tão apegada ao estilo que tinha até mesmo uma escola de samba de
coração, a Portela), esse não foi o único estilo musical que ela adotou durante
a carreira, pois antes de Samba ela cantou outros tipos de música,
principalmente Bolero. Mas, o sucesso mesmo só veio quando ela gravou Você passa eu acho graça, samba de
Ataulfo Alves que ela defendeu junto com o compositor da música no Terceiro Festival Nacional de Música
Popular (Exibido pela TV Excelsior em 1968).
Além dessa música, outros sambas fizeram muito sucesso na voz de Clara
durante as décadas de 70 e os primeiros anos da década de 80, como O mar serenou (Candeia) Morena de Angola (Chico Buarque), Conto
de areia (Romildo S. Bastos e Toninho
Nascimento), O Canto das três raças (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), Nação (João Bosco, Aldir Blanc e Paulo
Emílio) e Portela na Avenida (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro).
Mesmo tendo consolidado a sua carreira de
cantora, Clara Nunes não conseguiu realizar um dos maiores sonhos de sua vida:
ter filhos. Apesar de ter se casado com Paulo César Pinheiro em julho de
1975, ela não conseguiu ter filhos porque tinha miomas no útero, o que provocou
três abortos espontâneos em 1979.
Alguns anos depois, a cantora teve uma morte
polêmica e prematura, aos 40 anos, após passar por cirurgia para retirar
varizes e sofrer uma reação alérgica durante a operação, morrendo depois de ficar
quase um mês em coma, em abril de 1983.
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