No dia 28 de setembro, foi ao ar
o último capítulo da novela Cheias de Charme, cujas protagonistas se tornaram
ricas e super famosas depois que um vídeo delas cantando caiu na internet.
Aliás, essa foi a primeira novela da Globo a investir pesado na internet, pois
ao longo de sua exibição, foram lançados vários vídeos da banda fictícia na internet (e eles foram bem acessados), fez bastante marketing da
novela levando as Empreguetes (e as vezes os personagens Chayene, Fabian e
algumas das outras “patroetes”) a praticamente todos os programas da Rede Globo
e também comercializou cerca de 35 produtos, entre os quais de destacam CDs,
esmaltes, batons e até mesmo um livro.
Apesar de ser apenas uma novela,
a situação vivida pelas personagens já aconteceu algumas vezes na vida real,
gerando algumas celebridades instantâneas como a “Luiza do Canadá” e o trio do
“Para Nossa Alegria”.
Embora seja apenas mais um
produto da teledramaturgia brasileira, essa nova realidade das novelas e também
das celebridades lançadas pela internet já pode começar a ser motivo de
preocupação. Esse sinal de alerta se deve ao fato de que enquanto hits, memes e
personagens de novela ganham grande exposição mídia, chegando ao ponto de
estampar a primeira página do site da Folha de S. Paulo, muitos cantores passam
anos tentando um lugar ao sol e nunca conseguem o reconhecimento que mereciam
exatamente porque ninguém investe neles.
Além da falta de investimento em
novos cantores (porque, sinceramente, transmitir o Som Brasil quase às 2 da
manhã de sexta-feira não é exatamente a melhor forma de apresentar novas vozes
da música brasileira ao público), outro problema será que agora, com o final de
Cheias de Charme, as Empreguetes, que durante a trama ganharam site e até vídeos
de famosos pedindo para que elas voltassem, vão terminar, uma vez que Taís Araújo,
Isabelle Drummond e Leandra Leal são atrizes, e não cantoras.
Sendo assim, todo esse marketing em
torno das Empreguetes terá sido em vão, uma vez que a novela acabou, o grupo
também acabou e a audiência nem foi tão arrebatadora assim. Por esse motivo, em
vez de investir num grupo que acabaria junto com o término de uma novela, teria
sido muito mais produtivo se a toda poderosa Rede Globo resolvesse destinar
pelo menos um pouco desse marketing todo a novos cantores ou então arrumasse horários
melhores para bons programas como o Som Brasil, The Voice e trouxesse de volta
o docudrama Por Toda Minha Vida, que pode até não apresentar novos talentos,
mas é importante para que o público conheça grandes figuras da nossa música. Não
só a MPB como a música brasileira em geral iria agradecer se tudo isso acontecesse.
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