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Perfil: Luiz Gonzaga


Hoje, completam-se 100 anos do nascimento do segundo filho de Januário José dos Santos e Dona Santana, (o nome dela mesmo era Ana Batista de Jesus) Luiz Gonzaga do Nascimento, na cidade de Exu, que fica em Pernambuco. Apesar de ter decidido que a criança teria o nome do pai, o menino acabou sendo batizado de Luiz Gonzaga por ter nascido no dia de São Luís Gonzaga e ganhou o sobrenome Nascimento por ter nascido no mês do natal. Sendo assim, ele não tinha o sobrenome dos pais.
Com o pai consertando e tocando acordeão nas horas vagas, não demorou muito para que Gonzagão aprendesse com o pai a tomar gosto pelo instrumento que o acompanhou durante mais de 50 anos, começando a se apresentar com o acordeão em festas e forrós quando ainda era adolescente.
Em 1930, alistou-se no exército e passou 9 anos sem dar notícias à família, de quem fugiu antes de completar 189 anos por conta de uma desilusão amorosa. E foi justamente enquanto servia como soldado que resolveu se dedicar de verdade à música, ficando amigo do acordeonista Domingos Ambrósio.
Após dar baixa no exército em 1939, começou a se apresentar no exército tocando choros, sambas e foxtrotes, que geralmente eram músicas estrangeiras, não conseguindo sucesso. A situação só mudou depois que assumiu suas características nordestinas, sendo Vira e Mexe a sua primeira música famosa. E foi mais ou menos nessa época que o Velho Lua conheceu duas pessoas que tornariam muito importantes em sua vida, Dina e Xavier.
O casal, que morava no morro São Carlos, no Bairro do Estácio, acabou batizando e criando o filho que Luiz Gonzaga teve com a cantora Odaléia Guedes dos Santos em setembro de 1945, chamado Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, a quem conhecemos por ser o cantor e compositor Gonzaguinha.
Aliás, a relação entre pai e filho foi péssima durante muitos anos por causa da segunda mulher de Gonzaga, Helena Cavalcanti, que além de não ter aceitado criar Gonzaguinha, ainda dizia para quem quisesse ouvir que ele não era filho de seu marido, fato que nunca foi comprovado apesar das desconfianças. Com ela, Luiz Gonzaga adotou uma menina, Rosa. Os dois Gonzagas só acertaram suas diferenças em 1979, quando viajaram pelo Brasil apresentando A Vida de Viajante.
Busto que fica na entrada do Museu
Luiz Gonzaga
Apesar da bem sucedida parceria de pai e filho, essa música está longe de ser o maior sucesso da carreira de Gonzagão, pois ele teve outras parcerias que também renderam grandes sucessos. Do repertório do Velho Lua, a música mais famosa é o baião Asa Branca, composto em parceria com Humberto Teixeira em 1947, com quem também compôs outro grande sucesso de sua carreira um ano antes, Baião. Além disso, também teve uma boa parceria com Zé Dantas, com quem compôs O xote das meninas e A dança da moda.
Depois de quase 50 anos de estrada, Gonzagão, que já lutava há alguns anos contra osteoporose e câncer de próstata, morreu em 2 de agosto de 1989, aos 76 anos. No mesmo ano, mais precisamente em 13 de dezembro de 1989, Gonzaguinha finalmente conseguiu por de pé o grande sonho de seu pai, o Museu Luiz Gonzaga, em Caruaru. Alguns anos depois, quando Gonzaguinha e Dona Helena já haviam morrido, a filha adotiva de Gonzagão, Rosinha, vendeu a sua parte da herança do Rei do Baião, 87,5%, (os 50% que herdara de Dona Helena, mais 25% deixado por Gonzagão e os outros 12,5% que Gonzaguinha havia passado para a madrasta), deixando para trás praticamente todo o patrimônio que o Velho Lua havia se esforçado para construir na sua tão amada Exu.

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