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Crítica do Carnaval – Parte 2

Depois de uma apuração medonha como a de ontem, temo pelo que possa acontecer hoje no Rio: se a queridinha de certos poderosos for a campeã, o público pode se cansar dessa vez e tomar a mesma atitude horrenda que algumas torcidas de São Paulo tomaram...
Mas, como eu quero esquecer as cenas deprimentes que vi ontem naquela apuração e acho que meus conterrâneos não são de um nível tão baixo assim para acabar com a festa da protegida de uma certa empresa de comunicação, vou falar daquilo que é realmente importante: as escolas.
Para mim, os enredos de 4 das 13 escolas que desfilaram entre Domingo e Segunda se mostraram fortes candidatos à vitória: Portinari, Luiz Gonzaga, Bahia e Cordel Branco e Encarnado.
Depois de anos lutando para escapar do rebaixamento que de vez em quando bate no joelho da escola, parece que dessa vez a Mocidade reencontrou seu rumo ao levar a vida de Portinari para a Marquês de Sapucaí.
Homenageando esse grande pintor, que morreu há 50 anos, a escola de Padre Miguel trouxe um samba enredo bom de ser cantado principalmente na parte “È por ti que a Mocidade canta/ Portinari minha aquarela/ Rompendo a tela/ a realidade/ Nas cores da felicidade”, mostrando também que apesar dos tempos difíceis que enfrentou nos últimos anos, a escola jamais perdeu seu brilho e mocidade.
Outra escola que, como sempre, veio absurdamente linda foi a Unidos da Tijuca, que não tem um carnavalesco e sim um mago organizando seu carnaval. Com a comissão de frente já consagrada desde o segredo de 2010, mais uma vez a Tijuca se superou com aquela bateria vestida com cor de barro, aquelas lindas réplicas da Asa Branca no carro alegórico e a “coroação” mais do que merecida do grande Luiz Gonzaga como “Rei do Baião”. Se essa escola não ganhar, pelo menos com certeza estará entre as primeiras colocadas.
E agora a minha escola do coração, minha academia, Salgueiro. Esse ano, a escola trouxe o enredo Cordel Branco e Encarnado, dando enfoque na magia do carnaval, no cordel do sertão e em lampião também, trazendo um samba que é a cara da escola e a furiosa bateria mais afiada do que nunca: “Salgueiro é amor que mora no peito/ com todo respeito, o rei da folia/ Eu sou o Cordel Branco e Encarnado/ Danado pra versar na Academia”.
Entre as outras escolas que também se destacaram estão União da Ilha, que mostrou que é uma pequena grande escola falando de Londres, A minha querida Imperatriz Leopoldinense homenageando o centenário de Jorge Amado, A Porto da Pedra com seu tema interessante e inovador do Iogurte e a maravilhosa Portela, que apesar de já ser uma entidade do carnaval ao lado da Mangueira, continua nos encantando na avenida. Dessa vez, nossa grande azul e branca trouxe as festas religiosas da Bahia para a Sapucaí.
Apesar de achar que esse ano a maioria das escolas vieram lindas, eu ainda acredito que a campeã desse ano será a minha escola querida, porque apesar dos erros do ano passado que a impediram de ser campeã, esse ano o Salgueiro fez um desfile digno de primeiro lugar.   

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